terça-feira, junho 24, 2008

Almoço psicodélico

Depois de um longo e tenebroso inverno, finalmente acho alguma coisa interessante pra escrever...

Tudo começou com esta missivista tentando achar uma mesa para almoçar no refeitório da fábrica. Pois bem, a jovem (!!!) em questão encontrou a mesa, viu uma carinha conhecida por lá e se aboletou para almoçar (gente do céu, era peixe, opcão bife-sola-de-sapato!).

De repente, aparece mais uma carinha conhecida... e aí o papo começou a engrenar. Lá pelas tantas, um dos integrantes do grupo comenta algo a respeito de "água sensível", dizendo que as moléculas da água têm diferentes manifestações de acordo com as palavras e sentimentos que dirigimos a ela.

Um colega resolveu aproveitar o embalo para expor sua teoria a respeito do que acontece quando a vida termina. Segundo ele, a vida vai se dissipando ao longo do tempo e (se bem entendi), de acordo com o princípio de Lavoisier, ela tem que ir pra algum lugar. Ele chama esse lugar de "Capacitor Celestial".

Foi quando esta missivista surtou de vez, dizendo que então, essas vidas que vão para o Capacitor Celestial são novamente vividas, dissipadas, e "sugadas" para algum lugar, ad aeternum.

Segundo o autor da teoria, "aí estamos entrando no terreno do espiritismo". Respondi que não necessariamente. Afinal de contas, eu não mencionei se acreditava ou não em metempsicose (expressões de espanto em torno de mim! O que é isso? Meter o quê????). Calma, gente, é só a possibilidade de reencarnar seja como humano, bicho ou vegetal (é isso mesmo!).

Durante a nossa longa discussão a respeito de para onde vão as vidas e como fazê-las voltar, alguém inseriu no contexto um certo Babelfish, um peixinho que se alimenta de ondas cerebrais e que, bastando colocá-lo no ouvido, nos faz compreender qualquer idioma (ver "O Guia do Mochileiro das Galáxias"). Eu saquei o protetor auricular (o quê? Pro ouvido não tomar sol?) e mostrei meu protótipo do Babelfish... pronto, achamos um novo apelido para a "cenourinha". Melhor que o apelido arrumado pelo meu chefe, que chama o protetor de "OB de ouvido"...

Quando o colega que falou no Babelfish saiu pra buscar mais comida (segundo os outros, ele é vegetariano e por isso almoça em prestações), a turma toda começou a falar em vegetarianismo. Acontece que o vegetariano em questão é um ovolactovegetariano, ou seja, além de vegetais, ele come leite e derivados, e também ovos. Graças a este fato, entramos num longo questionamento sobre quem veio primeiro, o ovo ou a galinha. Ou melhor dizendo, a questão era se o ovo da granja é um ovo fecundado ou não.

Argumentação do vegetariano: lógico que não é fecundado, pensem em quantos ovos são produzidos numa granja, coitado do galo, na primeira manhã de funcionamento da granja ele seria encontrado morto, com um sorriso nos lábios (digo, no bico!), e seria enterrado sob uma lápide: "Aqui jaz um galo feliz"...

Lembrei que o galo, na verdade, está lá para a reprodução de matrizes. O quê? Transposição de matrizes? Além de feliz, o galo ainda é matemático? Não, gente, é reprodução, mesmo... Coitado do galo, estão querendo transformar o pobre em nerd matemágico... Vixe, nesse meio-tempo, ainda teve alguém que falou em matrizes peludas... ficamos conjecturando sobre galináceos peludos com bocas sorridentes...

Depois de toda essa divagação, o autor da teoria do Capacitor Celestial pensou na possibilidade de criar bichos domésticos para trabalhar por nós, e eu pensei na possibilidade de uma revolta dos bichos. Um dos colegas lembrou "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, dizendo que o chefe seria um porco...

E eu lembrei que o chefe já é um porco? Como assim? Ah, é que deve existir um porco que fica vigiando o Capacitor Celestial, será que ninguém percebeu isso ainda?

E, claro, descobrimos que é o porco do Pink Floyd.

Aliás, ele está aqui agora, junto com o galo peludo! Vieram pesquisar os efeitos colaterais do almoço psicodélico de hoje!