sexta-feira, abril 29, 2011

Aquecimento para o fim de semana!

Música de fim de semana é música de bebedeira. Mesmo que a gente não tenha o hábito de amarrar pileques.

Eu tenho uma grande favorita musical para fins de semana, é uma canção francesa de taberna do século XV. Tem uma interpretação que eu amo, de um quarteto de Campina Grande-PB, chamado Quadri Fariam. Eles captaram bem o espírito "um bom vinho nos alegra, cantemos, esqueçamos os tormentos, cantemos!". E capricharam na pronúncia do francês da época, que parece muito o que o francês atual chama de "patois" (o nosso "caipirês").


A música começa com o baixo cantando:

Buvons bien, buvons, mes amis, trinquons, buvons, vidons nos verres
(Bebamos, bebamos, amigos, brindemos, bebamos, esvaziemos nossas taças)
Buvons bien, buvons, mes amis, trinquons, buvons, gaiement chantons
(Bebamos, bebamos, amigos, brindemos, bebamos e cantemos com alegria)

Em seguida, entra o tenor (neste caso especificamente, eu não gosto da pronúncia no vídeo):

Buvons bien, amis, trinquons, à ce flacon faison la guerre
(Bebamos, amigos, brindemos, por essa garrafa façamos guerra)
Buvons bien, amis, trinquons, amis, buvons, gaiement chantons
(Bebamos, amigos, brindemos, amigos, bebamos, e cantemos com alegria)

A seguir, entra o contratenor (ou uma contralto), cantando as melhores frases da música:

Le bon vin nous a rendu gais, chantons, oublions nos peines, chantons
(O bom vinho nos alegra, cantemos, esqueçamos os tormentos, cantemos)
Le bon vin nous a rendu gais, chantons, oublions nos peines, chantons

E a música é fechada com chave de ouro pela soprano:

Quand je bois du vin clairet, amis, tout tourne, tourne, tourne, tourne
(Quando bebo um vinho suave, amigos, tudo roda, roda, roda, roda)
Aussi désormais je bois Anjou ou Arbois
(Mas mesmo assim eu bebo Anjou ou Arbois)
Chantons et buvons, à ce flacon faison la guerre
(Cantemos e bebamos, por essa garrafa façamos guerra)
Chantons et buvons, mes amis, buvons, donc
(Cantemos e bebamos, amigos, bebamos, portanto).

O texto da música pode variar, dependendo da versão e do grupo que canta. Mas é sempre uma canção de taberna, falando dos prazeres da mesa (e de se estar com os amigos em torno de uma mesa).

Quer mais fim-de-semana que isto?

quinta-feira, abril 28, 2011

Chove, chuva...

Continuando a série de posts musicais... aqui em Itajubá, a música do dia é esta:


O tempo estava bom, tinha caído uma garoa fina ontem, e hoje cedo fez até um pouco de sol (aquela coisa linda que é o começo de inverno itajubense, com sol e tempo frio). E hoje, no começo da noite, começou a chover enlouquecidamente.

E justamente na hora da chuva, resolvi ir ao banco para tirar um extrato (ah, andar na chuva de vez em quando é bom!). Valeu a pena pela gentileza que um rapaz fez, de abrir a porta do banco para mim na saída.

Não resisti e tive que retribuir a gentileza: levei o rapaz até o carro dele com o meu guarda-chuva.

Porque gentileza se paga com gentileza.

quarta-feira, abril 27, 2011

Simpatia no trânsito

Não, o título deste post não é uma ironia.

Hoje eu estava cheia de coisas para fazer, devendo listas de exercícios no mestrado, enfim, meu dia estava um caos. E eu não estava em um humor muito gentil.

É o tipo de humor que pode desencadear, por exemplo, brigas de trânsito. Ou, tão ruim quanto, um acidente. E quase aconteceu um comigo, graças ao meu excesso de preocupação com meus problemas e à minha falta de atenção ao que me rodeava,

Estava de bicicleta (grande novidade...), passando por um cruzamento, e ignorei solenemente uma placa hexagonal vermelha com um PARE bem grande escrito em branco. O que me salvou foi que eu olhei para a direita, e que a motorista do carro que vinha em minha direção estava MUITO atenta. Foi por isso que a coisa terminou sem grandes consequências,

Eu disse "terminou"? E vocês acreditaram? Não, não terminou. Quando voltei à universidade, eis que uma professora se aproxima e diz "moça, eu hoje quase atropelei você". E eu, com cara de ponto de interrogação, perguntei "quando?". Ela me falou o lugar onde aconteceu: era justamente o tal cruzamento, era ela a motorista!

Pedi desculpas a ela e agradeci pela gentileza e atenção de ter parado, porque eu é que estava errada. E disse também que ficava feliz por ela ter me falado, porque é raro que quem errou no trânsito tenha a chance (ou mesmo a vontade) de pedir desculpas por um erro assim.

É de estranhar que meu humor tenha mudado depois dessa conversa?