sexta-feira, maio 13, 2011

Música Sérvia

Para quem não percebeu ainda pelo meu sobrenome, sim, eu sou "meio-sérvia". E ultimamente ando em um estado de espírito meio Živela Srbija ("orgulho da Sérvia"). Daí a minha necessidade premente de escrever sobre esta banda que é um clássico da terrinha, ou melhor, da extinta Iugoslávia, mais precisamente da Bósnia: Bijelo Dugme (ou "botão branco", porque a banda tornou-se inicialmente conhecida por conta de uma música chamada Kad bi'bio bijelo dugme, "se eu fosse um botão branco").

Essa banda, um "monstro sagrado" do rock iugoslavo, teve como fundador o guitarrista Goran Bregović. Inicialmente guitarrista da banda Beštije, seu talento foi notado pelo líder da banda Kodeksi, o vocalista Željko Bebek. Com a dissolução da banda de Bebek, o guitarrista Ismail Arnautalić convidou Bregović a formar a banda Jutro ("manhã"), em 1971. Foi nesta época que Bregović escreveu suas primeiras canções. Quando, em 1972, a banda teve a chance de fazer suas primeiras gravações em estúdio, Bregović convidou Bebek para gravar com a banda.

Em 1974, como havia uma banda eslovena (de Ljubljana) também chamada Jutro, o grupo decidiu trocar o nome para Bijelo Dugme. Após diferentes formações, a banda chegou ao vocalista que, pessoalmente, considero uma voz poderosíssima: Alen Islamović, antigamente vocalista da banda de heavy metal Divlje jagode ("morangos selvagens"). Reza a lenda que Islamović foi escolhido não apenas por já ser um vocalista consagrado, mas também pelo seu estilo de vida notoriamente saudável: Bregović estava farto de bêbados e viciados em sua banda.

O grande hit do grupo nos anos Islamović foi Djurdjevdan, uma versão com letra em sérvio da canção cigana Ederlezi. Esta canção aparece no filme Time of the Gipsies, de Emir Kusturica. E, por incrível que possa parecer, a música também aparece no filme Borat, de Sacha Baron Cohen.


Após os anos Islamović, a banda se dissolveu, e Goran Bregović seguiu sua carreira como compositor de trilhas para cinema (notadamente em contribuição com o cineasta Emir Kusturica). E, apesar de Goran Bregović dizer freqüentemente que não reuniria o grupo novamente, em 2005 ele o fez, com  Željko Bebek, Mladen Vojičić Tifa e Alen Islamović nos vocais.

Após este encontro, não houve outra reunião da banda. Que, até hoje, é considerada a maior banda de rock da extinta Iugoslávia.

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