Um amigo meu (Érico Mangaravite) fez uma paródia daquele poema, "José", do Carlos Drummond de Andrade. Achei ótima, e estou publicando aqui:
E agora, Cafú?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, Cafú?
e agora, você?
Você que é sem bola,
que zomba dos outros,
Que não vai embora,
que fala o que quer?
E agora, Cafú?
Está sem o recorde,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode jogar,
já não pode passar,
marcar já não pode,
a noite esfriou,
o gol não veio,
a taça não veio,
o pódio não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, Cafú?
E agora, Cafú?
sua tola palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua coleção de recordes,
sua medalha de ouro,
seu terno de marca,
sua incoerência,
sua empáfia, - e agora?
Com a braçadeira na mão quer ganhar o hexa,
não existe hexa;
quer chegar na final,
mas Zidane chegou;
quer ir para Berlim,
Berlim não há mais.
Cafú, e agora?
Se você gritasse,
se você jogasse,
se você marcasse,
o avante francês,
se você parasse,
se aposentasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, Cafú!
Sozinho na coletiva
qual bicho-do-mato,
sem compreensão,
sem explicação
para se encostar,
sem a Taça Fifa
que te justifique,
você marcha, Cafú!
Cafú, para onde?
(meu amigo ainda completa: "Espero que não seja para a Copa de 2010...")
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